sexta-feira, 20 de maio de 2016


Se eu me encontrasse com Deus


" Se eu me encontrasse com Deus iria lhe perguntar: Porque é que sofremos tanto quando viemos pra cá? Que divida é essa que o homem tem que morrer pra pagar? Como é que Ele é feito, que não come e não dorme e vive satisfeito, porque foi que não fez a gente do mesmo jeito? Porque existem uns felizes e outros que sofrem tanto nascidos do mesmo jeito criados no mesmo canto? Quem foi temperar o choro e acabou salgando o pranto?" Leandro Gomes de Barros

Este texto de Leandro Gomes de Barros se não mexe com o nosso imaginário, no mínimo mexe com a nossa inquietação em relação à Deus e a nossa existência, se não mexe com a nossa fé, no mínimo mexe com as nossas mais profundas duvidas dentro da própria fé.
Se não mexe com a nossa mente, no mínimo cutuca o nosso coração que não é pedra mas de carne e muito pouca força em si mesmo.
Se não mexe com nossa história, no mínimo provoca as grandes questões latentes em torno de todo universo.
Mas a questão não é se mexe ou não mexe com todas as questões citadas acima, mas trata-se do encontro da nossa inquietude, pequenez e finitude com Aquele que é Grande, Eterno e em cujo coração não há imperfeição alguma, nem resposta alguma que não caiba em qualquer pergunta acerca de si mesmo.
A questão não é se ficamos comovidos e perdidos dentro de nossas próprias duvidas, mas se de fato encontraremos as respostas que sejam satisfatórias aos questionamentos que não temos claridade alguma durante toda nossa jornada diante desta terra.Mas encontrar-se com o Criador é sempre algo sublime ainda que cercado e tomado de muitas perguntas.
Valerá o encontro, e a duvida do encontro também vale, apesar de todo sofrimento em que nos metemos, e toda dor que nos submetemos, valerá o encontro.
Saberemos que sim, o pranto foi temperado de um sal que passou do ponto, que a desigualdade habita em todo canto, mas valerá a espera deste tal encontro.


Carlos Eduardo tmi
@edumissaointegral




terça-feira, 20 de outubro de 2015


O JESUS FABRICADO

Não há mais duvidas em que passados mais de dois mil anos em nosso calendário exista várias de várias "versões" de Jesus Cristo.
Não há mais duvidas em que passados mais de dois mil anos em nosso calendário exista várias de várias leituras sobre o "tal" Jesus Cristo.
Também não há duvidas em que passados mais de dois mil anos em nosso calendário as várias de várias religiões criadas ao longo do tempo foram criando,recriando e fabricando esta figura que muitas delas o chamam de figura: Histórica, Humana e até mesmo Divina.
A partir das muitas leituras, das muitas versões e porque não dizer das muitas interpretações não há como não dizer e afirmar que Jesus foi fabricado (forjado), e vou tentar percorrer esta ideia nesta pequena reflexão e compreender melhor o que pode estar dizendo esta afirmação.

1) Foi fabricado um Jesus pregado numa cruz cuja expressão é de intensa e imensa tristeza inerte à vida e a existência humana.
2) Foi fabricado um Jesus que desceu da cruz e foi embora deste mundo sem se importar com mais nada e ninguém.
3) Foi fabricado um Jesus que ama tão somente os religiosos que carregam sobre si mesmos todas as obrigações e compensações da religião.
4) Foi criado um Jesus que passou a dar dinheiro e vida próspera aos fiéis que também passaram a fazer próspera a religião 
5) Foi criado um Jesus que passou a dar uma "salvação" pessoal e intransferível a todos aquele que se batizarem e serem fiéis dizimistas desta causa que afirmam ser a causa de Deus
 6) Foi criado um Jesus que dá preferência exclusiva aos "bondosos" participantes das reuniões religiosas sem qualquer sentido ou razão de existir.
7) Foi criado um Jesus "gospel" dos grandes shows e eventos musicais que enriquecem alguns poucos homens e mulheres sem qualquer consciência do Evangelho
8) Foi criado um Jesus que traduzindo quer dizer "dinheiro" onde muitos dos líderes da religião institucionalizada enriquecem cada dia mais e a pobreza assola o povo cada dia mais.
9) Foi criado um Jesus apenas profeta de uma causa "impossível" que não dá para imitar porque afinal de contas somente Ele poderia dar conta.
10) Foi criado um Jesus que não tem olhar para os pobres e oprimidos porque afinal de contas as pessoas estão na situação que estão porque não se esforçaram na vida por serem pessoas bem sucedidas
Há muitos outros modelos de Jesus criado e fabricado, há também sempre o perigo de o tornarmos conveniente às nossas preferências religiosas, o que não se pode fabricar é um Jesus Filho de Deus cujo amor transborda até a mais profunda alma, cujo coração é sempre e tão somente Misericórdia.


 ©2015Carlos Eduardo™i





quarta-feira, 14 de janeiro de 2015




O JESUS ERRADO


Meu “cristianismo” era, aquela velha religião de se esforçar, trabalhar e muito para a instituição, ser um homem politicamente correto, e ser um apologista fervoroso, esperando que Deus talvez me dissesse um dia: “Bom garoto!”
Eu achava que se fizesse apenas coisas cristãs, teria paz na minha vida. Mas não funcionou.
Eu percebi que estava seguindo o Jesus “errado”; não que haja um Jesus “errado”, mas eu estava seguindo uma versão fake de Jesus. Demorei muito tempo para perceber isto, talvez uns 20 anos. Mas também aprendi algumas lições preciosas neste período.
Quando seguimos o Jesus “errado”, quase sempre nós julgamos, somos hipócritas e legalistas, ao mesmo tempo em que afirmamos seguir a um Jesus que perdoa, é autêntico e amoroso.
Quando seguimos o Jesus “errado”, distribuímos sopa aos pobres uma vez por ano e nos achamos o máximo por isso. A missão de Jesus relatada nos Evangelhos é muito mais ampla que o assistencialismo como vitrine para maximizar as receitas mensais da igreja evangélica.
Quando seguimos o Jesus “errado”, minimizamos a mensagem Bíblica para consumo público. O Jesus fake é mais seguro, pasteurizado e inofensivo. Jesus de Nazaré tinha uma mensagem radical, que muda a vida das pessoas de um modo integral. Hoje não dizemos às pessoas que elas necessitam de um Salvador, porque elas podem se zangar e parar de doar à igreja.
Quando seguimos o Jesus “errado”, (nosso inimigo agora é outro), nos entregamos às armadilhas do sistema, que é opressor, nos corrompe e nos faz vender a alma.
O Jesus "errado" dá voz para um mundo gospel da musicalidade toda voltada para dentro de umbigos que anunciam um deus dos "exércitos" que luta a causa daqueles que freqüentam e contribuem assiduamente nas reuniões da religião. Um deus da "vitória" que enche e preenche cestos de uma colheita totalmente estranha ao evangelho do Nazareno, uma colheita separada de toda solidariedade compassiva do evangelho de Cristo, uma colheita corrupta em sua raiz porque desconsidera o fato que Deus é amor, uma colheita egoísta e sórdida longe de todo espírito misericordioso e pacífico da vida do Deus encarnado, o Verbo que se fez homem e humanidade.
Quando seguimos o Jesus “errado”, todas as decisões que envolvem pessoas são tomadas em torno do deus Mamom. Aliás, bajulamos demais os ricos, sem levar em consideração que o dinheiro deles está sujo de arrogância, corrupção e exploração. Mas para Jesus de Nazaré existe uma lei que governa tudo: o amor.
O Jesus fake é uma marca. Este Jesus irreconhecível é o nosso plano de marketing. Nós abrimos igrejas, livrarias, criamos camisetas, pulseiras, adesivos de carro, tudo em nome deste Jesus. O cristianismo se tornou uma máquina financeira. Gosto da frase do filósofo contemporâneo Giorgio Agamben em uma entrevista onde afirma: “Deus não morreu, se tornou dinheiro.”
Quando andamos de mãos dadas com o Jesus “errado”, valorizamos mais a construção de um templo do que as pessoas que são templos do Espírito Santo.
Hoje ando de mãos dadas com um Jesus mais humano e menos Cristão. Um Jesus que é defensor das vítimas, aquele que convive com os pobres e acolhe os excluídos e combate a injustiça. O Jesus verdadeiro é amor para com os que sofrem e, precisamente por isso, é juízo contra toda injustiça que desumaniza e faz sofrer.
Não posso falar de religião sem citar Tiago: “Qualquer um que se considere “religioso” e fala demais está se enganando. Esse tipo de religião é mera conversa fiada. Religião de verdade, que agrada a Deus, o Pai, é esta: cuidem dos necessitados e desamparados que sofrem e não entrem no esquema de corrupção do mundo sem Deus.”
Minha oração sincera é que a Igreja Evangélica se converta a Jesus de Nazaré vivo e verdadeiro e se torne uma igreja que busca os “perdidos”. Uma igreja onde a mulher tenha voz. Uma igreja preocupada com a felicidade das pessoas, que acolhe, escuta e acompanha todos os que sofrem. Quero uma igreja de coração grande, assim como o coração do Pai.


© 2015 José Carlos Paes Landim e Carlos Eduardo Alves

sexta-feira, 21 de novembro de 2014



FÉ CEGA-FACA AMOLADA
A Fé e a intolerância religiosa

As varias faces do que podemos chamar de fé em toda história da existência tem características que lhes são peculiares, particulares e que não encontram pares.
As varias faces do que podemos chamar de fé produzem por si mesmas um certo tipo ou todo tipo de violência que causam danos irreparáveis por onde passam e se estabelecem.

Estão entre elas pelo menos 6 tipos:

1- Religião da fé Clerical- Muito antiga e insistente na ideia de que para se chegar a Deus deveríamos passar pelo clero e seus julgamentos produzindo todo tipo de gente infantil e alheia à vontade de Deus e a vida em si.
2- Religião da Fé Turística- Muito famosa por seu estilo agradável e descompromissado da comunidade produzindo todo tipo de gente voltada para si mesma e do seu "passeio" pela religiosidade e templos religiosos.
3- Religião da Fé Territorial- Muito famosa por suas guerras sem fim por terras e territórios tem produzido todo tipo de gente sanguinolenta e assassina, gente que fere princípios básicos da vida e da existência para se chegar à um objetivo.
4- Religião da Fé Funcional- Muito famosa por sua grande repercussão em toda mídia televisiva tem produzido gente que faz de Deus uma moeda de troca e o trampolim para se dar "bem" na vida, gente voltada para si mesma nem um pouco preocupada com a solidariedade da humanidade.
5- Religião da Fé Marginal- Muito famosa por seu estranho crescimento em diversos países tem produzido gente que transformou a fé no instrumento de enriquecimento próprio e de seus agregados, passa por cima de tudo e de todos para se estabelecer e se multiplicar.
6-Religião da Fé de Consumo- Muito conhecida por seus grandes ajuntamentos onde cada um busca por si mesmo a "benção" do alto e de tudo que se pode sugar de pessoas, tem produzido gente vazia de um coração que expresse a graça de Deus no mundo.
E os maiores prejudicados são as crianças que crescem neste tempo onde Deus não morreu-virou dinheiro como diria o filósofo, os mais agredidos e mortos por esta guerra toda são os pequenos que dependem de exemplos à seguir e fazer história dentro da história.
Fé cega é também faca amolada e pronta pra cortar e ferir todos que se meterem com a religião que não tem piedade nem expressa a bondade de Deus, mas que caminha a passos largos e firmes em busca de seus alvos e objetivos.
Fé cega é também faca amolada pronta pra matar todo aquele que estiver envolvido e sufocado com ela até o pescoço e o ultimo fio de cabelo.
Fé cega é também faca amolada porque toda intolerância religiosa conspira contra a própria vida à favor de uma natureza caída.
Fé cega é também faca amolada porque sempre tomara as pessoas por ameaçadas se tão somente não se encaixarem em seus moldes de padrão de comportamentos.
Que Deus tenha por nós não uma faca amolada mas uma imensa misericórdia outorgada...Amém


Carlos Eduardo ©

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domingo, 16 de novembro de 2014


"A enfermidade da religião e o fermento dos religiosos"

Alguém poderia estar se perguntando como seria possível a religião estar enferma e carente de cuidados? 
Como um caminho que deveria indicar e apontar a cura e salvação das pessoas pode se fazer doente?
Frases de efeito já não fazem diferença alguma no mundo dos dias de hoje até porque nosso tempo não produz pensador mas consumidor.
Atos extravagantes já não chamam atenção de mais ninguém nos dias de hoje, até porque quanto mais extravagante mais esquisito e estranho à realidade atual.
Cartilhas e compêndios teológicos e doutrinários já não dizem à respeito das necessidades e ansiedade das milhares de pessoas que esperam algo desta voz chamada "religião".
A produção de todo um mundo desorganizado dentro da religião ou das religiões gera gente intolerante, ignorante e com uma síndrome de superioridade própria de uma natureza caída e corrupta.
Natureza esta que de certa forma cega os olhos de quem acha que por estar ou fazer parte da religião X ou Y está acima dos demais seres humanos.
Natureza esta que de certa forma ilude todo aquele que curiosamente se sente detentor da verdade e possuidor de atributos que pertencem somente a Deus.
Sim, a religião está enferma mas viva fazendo de seus seguidores uma massa que vai azedando as pessoas que se permitem viver por ela.
Sim, a religião sempre foi enferma porque vem e vai na contramão histórica dos desígnios, propósitos e missão do próprio Deus neste mundo. 
O fermento dos religiosos é justamente aquilo que deveria ser jogado fora e não mais aproveitado como muleta ou desculpa para método religioso algum.
O fermento dos religiosos é justamente aquilo que deveria ser descartado pelo ambiente do amor de Deus e sua graça.
Evidentemente que o reino de Deus extrapola as fronteiras históricas da religião, não depende dela para sua existência até porque o reino de Deus relativiza tudo em torno da religião e dos religiosos.
O fermento dos religiosos vem acompanhado de muitos tipos de doenças religiosas que inclusive instrumentalizam Deus como aquele que paga a conta do nosso projeto de vida.
A enfermidade da religião e o fermento dos religiosos não subsistirão ao reino de Deus e sua justiça, porque o reino de Deus é a obra salvadora, libertadora e restauradora da missão de Deus para a humanidade doente por causa de suas religiões e seus fermentos.Amém



Carlos Eduardo ©

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segunda-feira, 1 de setembro de 2014


A CRUZ E A RELIGIÃO

O mistério que cerca a cruz e a religião nem os religiosos conseguem explicar nem sequer entender, apenas arrazoar.
O mistério que concorre entre a cruz e a religião sofre o risco e a tentação de se tornar religiosidade.
Sofre o risco de ser sempre interpretada como um apenas um símbolo que afasta o "mal" e a "maldade".
Sofre a tentação de nunca ser compreendida na sua integralidade e tão pouco compreendida no seu amor eterno.
O mistério que cerca a cruz é muito maior patrimônio dos povos do que da instituição religiosa.
O mistério que cerca a cruz é muito maior patrimônio dos pobres e dos aflitos do que de uma elite que a doura com pedras e jóias tornando vivo e ativo um comércio que gira milhões e milhões.
Patrimônio dos povos porque para isto Cristo morreu nesta cruz, para que por meio deste sacrifício a humanidade alcançasse o benefício de sua graça.
Patrimônio dos pobres porque Cristo os chamam de bem aventurados porque para eles é que veio o reino de Deus.
A cruz e a religião tem relação íntima como que um complemento de partes, mas que só podem se auto fundir se o verdadeiro sentido de toda esta história for o rela sentido de nossa existência e jornada neste universo.
A cruz e a religião tem relação intrínseca pois uma explica a outra e vice versa, mas jamais se definem por si mesmas.
A cruz ensina para a religião e os religiosos que não há mais sacrifícios senão o do amor ao próximo afim de criarmos laços de amizades profundas, pois não há amor maior do que este de dar a vida em favor dos amigos.
A cruz ensina a religião e os religiosos que não há mais nenhum intermediador entre Deus e os homens senão o Deus-Homem que foi  morto por esta cruz e ressuscitou ao terceiro dia.
A cruz ensina a religião e os religiosos de que nada faz maior diferença do que o amor demonstrado nesta cruz, amor este que sustenta o universo.
A cruz ensina a religião e os religiosos que nenhuma condenação há para os que estão em Cristo, não há outro "personagem" na história da humanidade que tenha divido a história desta forma e maneira.
A cruz e a religião tem muito a nos ensinar, exemplifica muita das coisas que ainda não aprendemos como seres humanos, o caminho a verdade e a vida só pode ser compreendido através da cruz e não da religião.   



Carlos Eduardo ©

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